Thursday, September 27, 2007

À Quatro Mãos


"Alô, James?"
- James?
- Sim, aquele moço alto, moreno, de smoking branco que atendeu o telefone no bar, fumando seu charuto. Diga me Leon, charuto ou cigarro?
- Charuto.
- Cubano?
- Esse mesmo. Com sua cartola cinza. Não esquece dela.
- Nunca!

Apoiado com um pé no chão, o outro entre as pernas do banco.

- Ele tem barba, sim?
- Barba... ou seu bigodinho negro bem fininho separado no meio, estilo anos 60, para combinar com o cabelo lambido de gel dividido pro lado - penteado meio pro lado, meio pra traz. Com o brilho fosco do gel já seco. Seco como sua boca que é umidecida pelo copo de dry Martini...
- Caraca, ele é da máfia italiana, pelo jeito.
- ...já sem azeitona - afinal, é a primeira coisa que ele come quando pede um desses.

"James, acordei e não te vi ao meu lado na cama. Porque saíste tão cedo?"
"Fui tratar de negócios, querida Elizabeth.”
"Gostei da rosa vermelha. O verei de novo?"
"Talvez, por enquanto contente-se com mais essa xícara de chocolate quente.”
"Como chocolate quente, James? Bebo desta xícara de café que me manterá acordada pensando em ti...”

- Juro que tento fugir do romantismo e do café... mas vivo pra/d eles.
- Odeio café

"Sem romantismos, Elizabeth, ele não te levará a canto algum..."
O telefone é batido no gancho. Ele se levanta em um movimento só, pega sua cartola cinza de cima do balcão e diz ao garçom que voltará. O garçom olha para a moça que está aos prantos e pergunta se pode lhe ser útil em alguma coisa. Elizabeth diz: "Traga-me de volta aquele homem que tanto amo!"

- Mas eles estavam no telefone. Ela não tava no bar...
- É? Putz, reformulando.

Elizabeth começa a chorar mares de lágrimas no sofá preto de dois lugares e sua mãe, a bela senhora Ana, tenta consolar a filha: "Minha tão amada filha, no que posso ajudar-te?" Elizabeth responde em meio ao choro: "Oh, minha mãe, ele não vai voltar! Eu sei que não vai!" Ana, que só pelo nome apresenta força, mulher sempre revolucionária e feminista. Pergunta se deveria tomar alguma providência para que ajudasse o estado deplorável de sua filha mais nova, sempre tão sensível.
A delicada Elizabeth com sua pele de pêssego maduro, avermelhada de tanto choro, suplica uma mão de ajuda. Ana não esconde a raiva que lhe toma agora e diz que irá fazer de tudo para encontrar o mafioso. Vivo ou morto.
"De que adianta, mamãe? Ter seu coração em minhas mãos não traz seu amor para mim" Realmente Elizabeth tinha razão. Mas mal sabia ela que James havia sido pego em uma arapuca montada pela máfia russa e agora está em mãos adversárias, podendo ser morto a qualquer momento.
Os russos lhe avisam que ele possui um único último pedido. Contrariando os que pensavam que o italiano pediria um telefonema, James pede apenas um momento de prazer: uma xícara de café e um charuto cubano. Pensa em um modo de avisar seus companheiros que foi pego, mas como? Não há como avisar ninguém, os russos são bons na resistência! Vem-lhe ao pensamento Elizabeth. Como avisar a moça da pele de pêssego? Seu pedido já havia sido feito.
James não tinha medo da morte, poucos sabiam que na sua infância ele tinha presenciado a morte de um pássaro com a asa quebrada, lá estava ele em um canto do quintal, observando, analisando, anotando. Aprendeu que existem certas coisas que não se pode fugir. Mas Elizabeth, diferente da morte, algo em Elizabeth não deixava sua mente descansar. O que seria? O que seria?

No momento em que pensava, aparece um pássaro preto, que piava sem parar, só então Elizabeth pôde perceber que se tratava de Golias. O pombo correio que servia de comunicação da mocinha com o mafioso, enquanto ele estivesse em alguma missão perigosa. Golias sabia sempre onde o casal se encontrava, não errava nunca...
Grande pequeno Golias enfeitava o silêncio enamorado, salvava o silêncio aflito. Pairava sobre o ar procurando um jeito de ajudar o jovem casal. Mas claro! O pequeno amor amarelo... Que outro lugar havia tal flor delicada senão em Pettsburg e seu clima à parte. Seu clima frio e seco acendeu o amor de Elizabeth e a fez escrever uma linda carta para seu amado mafioso, na sua bela e tão maltratada máquina de escrever.

- Acho melhor tu escrever a carta, tem mais romantismo.
- iiiiiih
- Faça metade que eu faço metade, que eu quero fazer também.

"James,
Venho dias a pensar em como te fazer achar a saída do labirinto que entraste ao começar a viver em meu coração. Espero um dia poder ter a ti do meu lado, sem preocupações, falta de explicações ou a insegurança de estares vivo ou não, me amando ou não. Escrevo com letra trêmula de quem não deseja dizer adeus, não tendo mais opções a não ser essa. Escreveste ao meu lado, presente ou não, a minha história e de meu passado não sairás. Nossa história está marcada em folhas que de tão antigas estão amareladas, desejo do fundo de meu coração que o mesmo não aconteça com nosso amor. Que a mancha de café em meu lençol saia e que de tão quente não tenha queimado meu coração. Espero-te de braços abertos, mas me perdoe se não conseguir sustentá-los por muito tempo - o tempo pesa. Nosso amor não pode ser previsível como o que vai aparecer nessa máquina após eu apertar a próxima letra. Não deixe que nosso amor se torne apenas mais um. Não me deixe com todas essas esperar citadas aqui. Deixo-te com a espera de cada pensamento meu ao escolher cada palavra para dizer em poucas o que em uma boa explicação não falaria. Tentei. Com amor, escrevo minha última espera: que me tragas uma carta datilografada em folhas amareladas de resposta, onde tenhas apagado todas as outras esperas minhas que trago até ti. Até breve.”

Elizabeth com uma caneta de pena assina acima da moldura da folha, seu nome com tanta calma que acaba deixando um borrão de tinta no final de seu H puxado... tornando a carta tão mais humana.
A moça entrega a carta a Golias, que com um rosto sábio como quem diz "Confie em mim". Sai voando pela janela, carregando toda a tristeza e as esperas de Elizabeth.

- Onde fica a cidade mesmo?
- Numa distância de milhões de gotas adocicadas.
- Isso é bom. Mas acaba com a lógica que eu ia seguir, então segue, por favor.
- Não queres seguir a tua?
- É, acho que dá.

Da cidade que fica a uma distância de milhões de gotas adocicadas até Moscou, o caminho era longo, e o pássaro tomou todo o cuidado possível para não deixar cair nem um pouco da tristeza e das esperas de Elizabeth. E como é sábio, esse pombo! Chegou ao cativeiro na qual se encontrava James e entregou a ele a carta. O mafioso reconheceu sem hesitar seu carteiro tão fiel. Recebeu em mãos o papel, pouco afetado pelo tempo, e abriu-o com cuidado e respeito. Leu, releu, olhou para o céu. Que isso? Uma lágrima. Ele que sempre brincara com corações, descobrira aonde o seu residia. Decidiu que iria tentar de todas as formas se livrar dos russos. Não por si e sim por Elizabeth, pessoa que o amava mais do que ele próprio fora capaz de um dia amar a si. Pensou um pouco e formulou seu plano. Começou a conversar com um dos guardas que acabara por virar seu amigo dentro do cativeiro. Sem titubear muito mais lhe acertou um certeiro golpe no abdome que deixou o guarda desacordado. Pegou a arma do russo e partiu em disparada. Conseguiu passar sem problemas por mais três ou quatro inimigos, mas o cansaço do italiano já era um dos aliadas dos russos e seu rendimento foi caindo.
Quando finalmente conseguiu chegar perto da porta da saída, aquele primeiro guarda que James havia acertado um soco no abdome, joga uma pedra em sua cabeça. James morre. A cartola sai voando pelos ares de Moscou. Golias sai voando, assustado, desamparado. Elizabeth sentada em sua cômoda, penteando seus cabelos negros e pesados, sente um vento em seu rosto. A rosa vermelha cai no chão e independente de seus espinhos que usa de proteção, perde suas pétalas na luta entre a gravidade e a força do vento. Elizabeth fecha os olhos.

Ana pergunta se a filha deseja alguma coisa. Elizabeth se resume em responder: "Obrigado, mamãe, mas não há mais o que fazer: A rosa despedaçou-se, o charuto não acende, o telefone não toca, a cartola já saiu voando e o café? Esse já esfria junto ao meu amor e não conforta mais minhas esperas agora eternas".

- Fim?
- Eu diria que sim.



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Monday, September 24, 2007

Satolep noite

Satolep quase 20 horas. As pessoas se dirigiam para suas casas mais cedo por causa da chuva e do frio. Mas eu fiquei por lá. Perto do aquário, ali naquela ruazinha entre ele e a Doçaria Pelotense. Eu não fui o único a passar por ali no momento, mesmo com a maioria se recolhendo aos seus aposentos, alguns humanos passavam por mim ainda.
O frio entrava por entre meu blusão vermelho de decote V. Resolvi tirar algumas fotos. A primeira saiu tremida e não a aproveitei muito bem. Não me abalei e resolvi tirar outras, até que finalmente consegui a foto ideal: Pegava a noite, o aquário, a chuva, a temperatura e as pessoas andando. Guardei aquela.
Andei até a Praça Coronel Pedro Osório e, no caminho, me deparei com o precário estado da Bibliotheca Pública. Enquanto a prefeitura, o Mercado Público, a Casa da Banha e o Grande Hotel tinham sido pintados, ela continuava lá: Com uma aparência péssima e sem cuidado algum. Tirei algumas fotos do Grande Hotel e da prefeitura, mas nenhuma superou a do mercado – uma aparência antiga, a rua vazia e ainda a prefeitura no canto. Aquela foi a minha preferida, ganhei o dia por causa dela!
Senti fome. Andei mais uma vez até a ruazinha entre o aquário e a Doçaria Pelotense e notei que a última ainda estava aberta. Quando entrei, pude escolher em qual mesa me sentar, pois pela hora que já era a doçaria já não estava mais tão movimentada. Pedi um chocolate quente para espantar o frio. Para me distrair enquanto esperava a bebida, fiquei tirando mais algumas fotos da rua. Passou por mim um casal de velhinhos muito simpáticos abraçadinhos. Não resisti, foto deles! Recebi meu chocolate quente e não pude deixar de registrar aquele momento e tirei uma foto de mim mesmo com o chocolate quente em contraste com a rua.
Acho que as pessoas ficam me olhando quando fico tirando fotos de tudo assim, como hoje. Olhei o relógio. Era tarde, tinha de voltar para a casa. Andei na chuva até a parada de ônibus. Já passava das 21 horas e o centro da cidade já estava deserto. Confesso ter ficado com um pouco de medo, temia por minha câmera com as fotos desse dia que estava sendo tão especial. Enfim cheguei seguro em casa. Estava cansado demais para fazer outra coisa senão dormir. Vesti meu pijama, coloquei um CD para tocar, apaguei a luz e me enfiei para debaixo das cobertas. A cidade me deu o seu boa noite.

Thursday, September 20, 2007

Máquina dos Sonhos - Parte V

A sigla significava “Mundo dos Sonhos”, deduzi isso quando cheguei a ele. Lá tudo era no estilo bala de goma: Bom, colorido e doce. As pessoas eram educadas e legais. De repente vi Rafael vindo em minha direção. Junto dele vinham outros garotos – todos amigos meus, no Mundo dos Sonhos. Andávamos pelas ruas quando vi Lívia olhando e sorrindo pra mim. Sorri também. Ela se aproximou cada vez mais e eu, sem entender nada, continuava apenas sorrindo. Lívia me abraçou e me beijou. Só aí pude perceber: Aquele era o meu Mundo dos Sonhos.
Eu era considerado muito especial naquele lugar e não queria sair de lá nunca mais, mas sabia que esse sonho não duraria muito tempo. Mal tive tempo de pensar em uma forma de ficar lá para sempre e vi meu pai vindo com uma mulher linda. Eu sabia que a conhecia de algum lugar, mas não sabia de onde.
– Pai! – chamei-o.
– Filho! – responderam os dois, para meu espanto.
– Quem és? – perguntei para a moça.
– Como que sou eu? Sou sua mãe! – respondeu ela, com um tom de reprovação.
Mais uma comprovação de que aquele era o mundo dos meus sonhos, pois meu maior desejo era rever minha mãe, que havia fugido há muitos anos com um homem e abandonando meu pai, que teve de ser um pai e uma mãe para mim ao mesmo tempo quando eu ainda era um bebê de colo. No Mundo dos Sonhos eles se amam, andam de mãos dadas e mandam beijos um para o outro o tempo todo. Gostei daquilo, também.
Passei a tarde toda abraçado em Lívia, que me retribuía com beijos bons e tudo que eu sempre sonhei. De repente, um grande vendaval invadiu a cidade e, quando dei por mim, tinha voltado para meu quarto, na vida real, com meu pai me chamando para o almoço.

– Dormiste a tarde toda, Vitor, estavas cansado?
– Não, eu estava tendo um sonho muito bom, seria uma pena acordar. Pai, tu nunca mais procuraste a minha mãe?
– Nos primeiros anos eu até fui atrás dela, mas depois acabei desistindo e me conformando que tua mãe não era mais minha.
Fiquei um tanto quanto triste com aquela resposta de meu pai.
No dia seguinte, no colégio, encontrei Lívia. Olhei-a com ternura, mas ela ainda nem me conhecia. Ah se eu pudesse me mudar para o Mundo dos Sonhos! Fui para a aula. Tive de formar um grupo para um trabalho com mais dois colegas – um deles Rafael e outro chamado Labarthe, que eu não tinha muita intimidade, mas entre os outros, era o “menos pior”. No final da aula, levei Rafael e Labarthe para a minha casa, para concluirmos o trabalho. Almoçamos e fomos para meu quarto. Falei para Rafael que precisava contar-lhe algumas coisas mais tarde. Para meu azar, a Máquina dos Sonhos estava piscando, por falta de bateria, afinal, minha viagem havia gastado muito dela. As luzes chamaram a atenção de Labarthe.
– O quê é aquela luz piscando ali no teu armário, Duarte? – chamou-me ele pelo meu sobrenome.
– Não vás aí, Abreu! – chamei-lhe também pelo sobrenome, assustado.
– Por que não?
– Porque estou te pedindo!
– Blá, blá, blá... Olha, “digite um nome”!
– Por favor, Abreu!
– Vou digitar meu nome... “Labarthe Fonseca Abreu”.
– Última chance!
– Pensar na pessoa? Vou pensar em mim.
– Cosme, tente impedi-lo! – implorei para Rafael, mas já era tarde.
– Como assim? O meu sonho aqui, direitinho como eu sonhei ontem? O que tu tens a dizer em tua defesa, Duarte?

Saturday, September 15, 2007

Porcelana

Era do estilo “bonequinha de porcelana” – olhos azuis, pele clara e um cabelo escuro e arrumado com um daqueles plic plac. Lembro de minha mãe achá-la bonita, assim como eu. Namorava com um cara bonito, legal e popular, mas que eu sentia que não conseguia dar amor a ela Eu os olhava como quem quer separá-los para poder tratá-la devidamente como merece. Senti seu perfume quando fui me despedir. Apertei a mão dele cinicamente e com uma pitada de inveja. Ela me deu um tchau meigo, mas não diferente dos outros, nem ao menos olhou para meu rosto. Nem saber meu nome ela sabe.

Conheci-a através de amigos. Achei linda, de primeira mesmo, mas nunca tive coragem de conversar, tentar criar uma amizade ou algo parecido. Demorei muito e ela o encontrou. Um cara mais bonito e mais popular que eu, mas que não tinha metade das coisas em comum que eu tinha com ela. Eu precisava fazer ela me notar, mas como? Como eu poderia aparecer sem chamar muita atenção, somente para ela saber da minha existência?

Fui a uma janta de amigos e ela estava lá. Fitei-a nos olhos – azuis que, com a forte maquiagem, se ressaltavam e ficavam ainda mais belos. Ela olhou-me e desviei o olhar rapidamente. Ele viu que eu a estava olhando. Ficou me fitando como se com aquele olhar pudesse me pulverizar. Passei a odiá-lo. Ela buscou mais um copo de guaraná e mais algumas coisas que ele havia pedido, o que me deixou mais raivoso, pois ele nem sequer olhou para o rosto dela! E vi que ela ficou chateada. Fiquei feliz.

Depois de alguns dias, a vi de novo, em outra janta. Ele estava junto dela como um cão de guarda. Não resisti. Respirei fundo, corri, empurrei-o e beijei-a como nunca havia beijado alguém antes. Seu nome era Ana.

Saturday, September 08, 2007

A Humanidade Segundo o Pobre Relógio

Esse troço aqui ta ligado? Beleza, então. Posso começar? Então ta.

Bom, eu sou um relógio. Vai rir? Tenta rir depois do que eu vou falar. Eu to cansado desse negócio de ser um relógio. Não que eu não goste de ser um relógio, eu não aturo a tal subordinação a qual somos expostos pela humanidade. Ô raça maldita, essa.

Ta certo que tenho que agradecer por ter sido inventado por eles, mas poxa vida, de uns tempos pra cá, esses caras perderam a noção de poder! Estão me deixando louco! São capazes de em uma mesma hora, querer que a mesma passe rápido e devagar. É demais para um simples relógio! Sem contar os cucos, pobres pássaros escravizados para que humanos não percam a hora. Não sei se odeio mais a humanidade ou as horas, que já perdi o controle sobre elas. De uns tempos pra cá, inventaram até bomba com o meu pobre nome! Bomba-relógio vê se pode!

Hoje em dia, outro fato ruim na qual eu sou identificado é o tal “tempo é dinheiro”. Se fosse assim, eu seria um direito de poucos e mal usado por esses poucos. Sem contar que pessoas fazem de tudo por dinheiro, até matar. Imagina se fizessem isso por mim? Eu não suportaria. Aí me vem gente querendo criar máquinas do tempo, pra me controlar. O que é isso?! Pediram minha opinião por acaso? Pensam que é bom pra mim que exista um tempo artificial por aí? É como se eu fosse demitido e colocassem um robô no meu lugar! Ora, vá se danar, humanidade!

Eu falei tudo isso apenas pra dizer isto: Estou me demitindo. É, isso mesmo, não agüento mais essa pressão de ficar andando mais rápido ou mais devagar, das pessoas dizendo que não têm tempo pra isso, não têm tempo para aquilo, bombas com o meu nome. Chega! Querem um tempo para passar? Tratem de criar a tal máquina do tempo. E tenho dito.


Deu, pode desligar, Xavier.