Saturday, February 21, 2009

Em Três

- Eu acho...
- Você acha que já está apaixonada por mim, pode falar.
- Eu já estou apaixonada por você.

Friday, February 13, 2009

Um Milhão

Resolvi criar três personagens e pensar em destinos bem clichês para eles. Primeiro, são dois homens, Luiz Leonardo e Mateus. Depois, claro, uma moça e ela se chama Beatriz. Eles vivem na cidade de Porto Alegre, ela e Luiz em um prédio e Mateus no prédio da frente. Logicamente, Beatriz encontra Mateus na fila da padaria, deixa cair um pacote de biscoitos, ele ajuda-a. Nesse momento estão trocando olhares e imaginando um futuro juntos. Enfim trocam palavras.
- Seu pacote de biscoitos, senhorita.
- Muito obrigada.
- Meu pai está muito doente em um hospital, tenho dívidas, muitas alergias, não gosto de chocolate e sou fracassado no amor.
- Não gosta de chocolate?
- Me desculpe, cara donzela, mas esse seu olhar profundo deu-me confiança e vontade de falar.
- Tudo bem, seus olhos já mostram tudo isso.
Ela deixa o local sabendo que Mateus a está observando. Ela sorri.
Luiz Leonardo percebe que sua companheira está de volta e vai recepcioná-la.
- Trouxe meus biscoitos?
- Me apaixonei por um par de mãos na padaria, preciso te deixar.
Ele ameaça se matar, chora e não a vê partir.
Beatriz procura o par de mãos na padaria, mas não o acha, pergunta aos atendentes por onde mora um rapaz moreno, de óculos e cabelo bagunçado. Ninguém soube responder. Ela fala das mãos e uma atendente, que também era apaixonada pelo rapaz, diz-lhe o endereço. A moça chega entusiasmada ao local, arruma o cabelo procurando o charme especial, respira fundo e, enfim, toca a campainha. Quem abre é Taninha Furacão, prostituta conhecida na região, inclusive pela jovem Beatriz, que sente-se decepcionada com as mãos, “Como aquelas mãos tocaram nela? Pareciam mãos tão gentis e confiáveis”. O que ela não sabe é que a atendente da padaria mentiu. Mentiu por também ser apaixonada por Mateus e não querer que uma mulher tão atraente como aquela que esteve na padaria chegue perto de seu grande amor. Mentiu por insegurança. Mentiu para proteger seu macho.
Chove na rua e Beatriz está nela. Molhada, com vergonha de Luiz Leonardo e nojo de Mateus, ela sente a água como o menor mal e dorme ali mesmo. Amanhece e tudo continua do jeito como terminou, provando como cíclicas são as coisas do Amor.
A moça apaixonada por mãos resolve pegar um ônibus e recomeçar sua vida em uma cidade vizinha. Sem sucesso, volta a morar na casa da mãe. Luiz Leonardo não agüenta uma semana sem o amor de seu amor e se mata com um tiro na boca. Mateus se muda para perto do hospital onde seu pai depois de certo tempo morreria, conhece Marina, uma atendente da padaria perto de sua casa antiga e tem uma filha com ela chamada Beatriz.