Thursday, August 20, 2009

Dos Olhos

Quando vejo teu olhar, meu cérebro imediatamente manda um sinal para meus pulmões: “respirem fundo”. Quando penso no teu jeito, ele diz a meus olhos: “fechem-se por algum tempo”. Parece até querer punir tudo que há de pares em mim, talvez pensando que assim irá me punir por não formar um par com você. E eu não posso fazer nada, ele é movido involuntariamente e pensa em ti noite e dia. “A culpa é tua, cérebro”, penso comigo. Ou será ele se culpando? Já não tenho controle. Entrego-me completamente a teus olhos.
Teu olhar é novo para mim. Novo e salvador. Salvador porque se atirou no precipício em que me joguei, adquiriu mais velocidade e me pegou em seus braços. Como se eu fosse um recém-nascido, me balança confortavelmente me dando segurança. Assim, seguro, olho em teus olhos e eles são tão expressivos e tão cheios de graça que esqueço do cansaço que a vida tem me dado e não durmo, apenas admiro a graça desse par de janelas que, nem tendo vista para uma praia paradisíaca, teria tanta beleza quanto tem na simplicidade dos teus olhos. Então sorrio confortável dando uma indireta, como quem diz “me mostra teu sorriso para minha vida ficar completa” e tu, como quem sempre sabe o que fazer, sorri sem mostrar os dentes, fazendo o sabe de melhor.
Salvou-me, confortou-me e alegrou-me. E tudo isso simplesmente sorrindo e olhando.
Já não tenho escolha. Entrego-me completamente.