Wednesday, March 28, 2012

Millôr



A primeira vez que li Millôr Fernandes foi no banheiro. Me sentei, vi um livro fininho e resolvi que ele me acompanharia naquela jornada. E ali fiquei por um longo tempo após tê-la cumprido.

Millôr escrevia em 3D. E lá no tempo do guaraná com rolha. Escrevia verticalmente, característica sua, mas não se contentava; ia lá e colocava um desenhinho que deixava tudo 150%.

Aí todo mundo entendia. Todo mundo ria. Todo mundo ria porque Millôr foi o melhor humorista brasileiro. Todo mundo ria porque Millôr escrevia do jeito que queria e do jeito que todo mundo queria. Não dava para – e nem precisava – e que história é essa de passado? - não dá para – e nem é preciso – saber se Millôr diz “entendeu ou quer que eu desenhe?” ou “entendeu ou quer que eu escreva?”.

Em uma época em que se discute tanto a liberdade do humor, vemos Millôr, o velho Millôr, ser tão livre que perfura sem perfurar. Bater, esconder a mão, mas deixar o cotovelo de fora. Muito maior do que correto ou incorreto, o humor millorista é natural. Agora ele vai lá encontrar outros seres tão livres quanto. Vai encontrar o grande mentecapto, Stanislaw e quem mais ele quiser.

2 comments:

  1. Adrei filho! O Texto parece massinha de modelar nas tuas mãos. Mais, ele parece liquefeito, se adaptando ao molde que tu crias!

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  2. Leon o próprio3:07 PM

    minha mãe comentou com meu nome risos

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