Sunday, December 12, 2010

Da loirinha que não gosta de mim

Olha só, menina que não gosta de mim, tu estás fazendo tudo errado. E sabes por quê? Esse ar de “não gosto de muitas pessoas” é só um escudo fracote e que eu vou ter o maior orgulho de furar com a minha espada medieval banhada em simpatia. Eu sei que a tua luta é grande, mas essa tua pele branca e os olhos puxadinhos não te deixam fingir. Podes até abdicar dos óculos às vezes, mas uma vez míope charmosa, pra sempre míope charmosa. Esse teu cabelo loirinho até te dá um ar de patricinha chata, mas eu acho que tu és uma florzinha e eu quero te dar apelidos como se eu fosse o Vinicius e tu a minha dona do Nounouse, que é pra falares pra ele os motivos por não gostar de mim, aí depois ele me contar tudo pra eu melhorar e te impressionar. E essa história não é aquele clichê de frase de MSN “tudo o que eu quero, eu consigo”. Não, eu até mesmo não consigo muita coisa, mas tu és tão chatinha que eu tenho que fazer-te esse favor de juntar teus pés aos meus.

Quanto mais te esquivares de mim, mais perto eu vou querer ficar. E eu sou chato pra cacete.

Sunday, December 05, 2010

Insensato conselho

Baseado na obra de Almir Guineto


Óh, insensato destino, pra que tanta desilusão no meu viver? Eu quero apenas ser feliz ao menos uma vez e conseguir o acalanto da paixão. Fui desprezado e magoado por alguém que abordou meu coração. Fui desprezado e magoado por alguém que abordou meu coração! Destino, porque fazes assim? Tenha pena de mim. Veja bem; não mereço sofrer. Quero apenas um dia poder viver num mar de felicidade.

Com alguém que me ame de verdade.

Deixe de lado esse baixo astral! Erga a cabeça, enfrente o mal que agindo assim será vital para o seu coração. É que em cada experiência se aprende uma lição. Eu já sofri por amar assim: Me dediquei, mas foi tudo em vão. Pra que se lamentar? Se em sua vida pode encontrar quem te ame com toda força e ardor. Assim, sucumbirá a dor. Tem que lutar, não se abater. Só se entregar a quem te merecer. Não estou dando nem vendendo. É como o ditado diz: O meu conselho é pra te ver feliz.

Thursday, November 25, 2010

Something

Olha, eu não quero parecer um exibido, mas, se de fato há muita beleza na tristeza de um apaixonado, eu contribuí um bocado para um mundo com mais passarinhos verdes cantando nesses últimos meses. Sofri, rasguei, corri atrás e, se alguém, depois disso tudo, ousar me chamar de fraco, certamente passou por essa vida e não viveu. Pode até ser mais, mas sabe menos do que eu.

Fui achando que o amor era uma ciência exata e todos esses clichês que vocês vão pensar agora e eu não vou escrever aqui somente pra fazer volume. Eu sabia que estava errado. Mas continuava. Porque, leitores, assim como ela provavelmente não soube como parou de pensar em mim, eu também não sabia como parar de pensar nela. Me atirei assim de trampolim e fui até o fim, um amador. Em todos os sentidos. E agora espero por um novo tempo, de ter uma pedra no meu peito, exigir respeito e não ser mais um sonhador. Talvez, daqui um tempo, eu mude de calçada pra agarrar uma flor. Por enquanto, só quero me embriagar pelas calçadas mesmo sem ter quem venha logo me curar quando chegar de porre da boemia. E, se já não sinto os teus sinais, a vida vai ter de se acostumar com a tua ausência. Porque o meu lutador de Street Fighter ficou com só dois de vida e eu preciso dormir no meu colchão duro.

Fiz uma fotografia dela e guardei no meu pobre coração, que é pra ele bater forte e me deixar vivendo mais. E agora eu vou partir. Para onde? I don’t know, I don’t know, You stick around now it may show.

Wednesday, November 17, 2010

A Menininha

Vou contar uma história: Eu sou muito doce e esperto. Eu amo quando a minha menina sorri depois que eu tiro o tempo dela. Ela fica parecendo uma criancinha, o sol abre em meio à chuva e eu, sem mais opções, tiro o tempo dela mais uma vez que é pra tudo começar de novo. E no fim, eu sorrio também porque os nossos sorrisos são amiguinhos de infância. O que mais? Sim, ela é um amor, uma flor e eu tenho que disfarçar pra não correr e abraçar ela pra sempre. Pra sempre. E, na verdade, eu nem a amo de verdade. Na verdade de verdade, são outros olhos que o meu coração não pode nem ver que dispara. Mas essa menina é bem espertinha também. Sabe que eu gosto quando ela fecha os olhinhos e balança o rosto como rindo ironicamente de uma brincadeira minha. Ela sabe disso. Sabe e faz porque eu gosto. E ela quer me roubar. E a gente não deve resistir a assalto.

Friday, October 15, 2010

Sim

A gente estava de mãos dadas. Sem beijo, nem abraço, eu só peguei a mão pequena e macia dela e fui correspondido. Não olhei para dar uma disfarçada, mas vi que ela me olhou sorrindo com aqueles olhos coloridos. Até os nossos passos sincronizaram-se, porque o mundo era todo nosso e existia apenas pra gente ser feliz. A gente sentou no planeta – mais precisamente na grama verdinha – e fizemos nosso piquenique em cima da toalha (aquela mesma que você, leitor, está imaginando). Sem beijo. A gente ainda era só “amizade coloridinha”, uma coisa bem infantil mesmo, mas a gente sempre foi meio criança. Eu sempre fui meio Miguelito e ela... bem, ela era bem cabeça, mas não era morena o suficiente pra ser Mafalda. A verdade é que a gente era os nossos próprios personagens. Eu comecei a tocar violão porque ela gosta de homens com sobrancelha grande e que tenham uma veia musical. Ela nunca fez nada exatamente por mim, mas, pro piquenique, comprou o doce que eu disse no Twitter que sou fã e tenho certeza que foi pra me agradar. Só quando notei isso é que cheguei perto de seu rosto para beijá-la. Fechei os olhos mais com medo de perdê-la para sempre naquele momento do que por estar emocionado ou por curtir o momento. Mas ela botou a mão – pequenina – no meu rosto e me correspondeu. Aí eu fechei os olhos de vez. O nosso dia foi pintado com lápis de cor aquarela.

Sunday, September 26, 2010

A Ana (Parte 1 de algumas)

I

Ana acordou. Levantou e não calçou nada. Acariciou os cachos do cabelo, mostrou os olhos verdes pro mundo e sorriu. Não, Ana sorriu feliz. Pensou consigo mesma: “Com o perdão do clichê, a maior caixa de surpresas que existe é uma manhã antes da gente abrir a janela”.

II

Ana tomou achocolatado e arregalou os olhos. Deu bom dia pra sua gata, suspirou e levantou-se. “‘Ou se’ é a expressão mais libertadora do mundo”, pensou. Depois de fazer o que queria, foi para o trabalho.

Talvez Ana fosse feliz. Preferiu ser. Olhou para o céu azul que valentemente aparecia na janela do escritório, saiu e bateu ponto na vida. Ponto para Ana, aquela moça bonita do cabelo enrolado meio ruivo meio rubio e dos olhos com cor de embalagem de Guaraná Antártica. Andou e, com o sol abraçando-lhe, não sentiu o clichezão “andando nas nuvens" por estar feliz com alguma coisa. Ana é muito importante para ser "alguma coisa". Ana é especial, Ana anda em travesseiros fofos, porque essa história de nuvem não existe. Andou pelas ruas da cidade grande esbanjando morangos e se sentiu como uma daquelas mulheres de propaganda de absorvente. Neste minuto, Ana atingiu o grau máximo de preocupação nenhuma.

III

Recordação

Ana conhece Valentin, mas na verdade queria mesmo era conhecê-lo. Ele é aquele rapaz que todo mundo já viu por aí. Faz-se de misterioso porque não tem nada de mais interessante para apresentar, então não apresenta nada e recebe essa fama. A Ana sabe disso. Mas, ela também é assim e, ao mesmo tempo em que isto lhes junta, os distancia. Porque um fica tentando adivinhar o que o outro está pensando e, pessimistas que são, ficam cheios de paranóias com sabor de marshmallow. Eles já se encontraram em diversos sonhos de flauta, mas pausaram a música porque era boa demais. E aí ficam quietos.

Mas a Ana não quer pensar nisso. O dia está muito primavera, ela só quer andar em travesseiros fofos e esbanjar morangos por aí. A Ana só quer ser abraçada pelo sol quentinho. E ela se entrega a ele. Abre os braços, sorri e diz “vem cá, meu nego”. E o pensamento e o coração da Ana apostam corrida pra saber quem está mais tranqüilo e mais bala-de-goma. A atmosfera é totalmente “I see trees of green, red roses too I see them bloom for me and you and I think to myself, what a wonderful world”. A Ana está exatamente onde queria estar.

Tuesday, September 07, 2010

Rima

Bala de goma, diploma, pantufa e irmão. Escorregador, lápis de cor, pipa e macarrão. Olho bonito, bolo de milho, pantufa e mão. Tudo isso havia antes de mim e não sei o por quê, não. Só sei por que vieste depois de mim. Foi pra completar meu coração.

Friday, August 20, 2010

A Menina do Espelho

Minha filha agarrou meu dedo. Um gesto tão pequeno, mas capaz de estremecer todo meu corpo de uma maneira que mulher alguma conseguiu. Tem oito meses e já sabe como conquistar o coração duro do pai. Com um sorriso quase tão involuntário quanto o amor que sinto por aquela coisinha, olhei para minha esposa que, em perfeita sintonia, já sabia o quão grandioso fora para mim tal momento. Ao olhá-la e tê-la junto de mim nesta epifania sem precedentes em toda minha existência, senti o mesmo que passou pelo meu coração ao ver seus olhos coloridos pela primeira vez: “Só essa menina pode me dar o melhor presente que posso receber”. Porque não é Deus quem nos dá essa alegria. A felicidade é a gente quem faz e não é possível viver sozinho exatamente por isso: A gente precisa de alguém pra nos presentear. Beijei a testa de minha esposa. Mordi a bochecha de minha filha. Fiz-me cócegas todo por dentro.

Wednesday, July 07, 2010

Fui

Congelei meu coração e dessa vez vai precisar ainda mais calor pra levá-lo para passear. Deixei todo esse lado bala de goma pra trás e vou me manter assim, extremamente gelado. Que não venha Vinicius de Moraes me dizer “Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão”, quem tem que pedir desculpas sou eu, que acelerei meus batimentos cardíacos sem nem me importar com o meu miocárdio. O Vinicius morava no Rio de Janeiro e ia para a praia todos os dias.

Sunday, July 04, 2010

Sunday, May 30, 2010

Tomara

Vou ficar aqui, só te observando ir embora, se não te importas. Ficarei aqui até o momento em que a multidão te tirar da minha vista, mesmo que superficialmente. E quanto mais longe ficas, mais o teu perfume em mim permanece. Sim, isto é ilógico, mas não é assim que sou? Sempre almejando ser diferente, mas fiquei sempre preso aqui. Assim, de costas e partindo, teu lado mais charmoso não me aparece. E isto é bom. Ou pelo menos um dia será. Tomara que não. Tomara que sim. Tomara que não. Tomara que não. Na verdade, agora eu realmente só quero te ver partir. Não pretendo te seguir através da multidão, só quero ficar aqui sentado te olhando, pensando na melancolia de essa ser a última vez que farei isso. Por falar em melancolia, até tentei não parecer assim, mas é assim que tem que ser. É assim que tem que ser. A gente (e falando assim não me refiro a nós, e sim ao geral) não pode mudar uma coisa dessas, decretada a tanto tempo. E nem tem porque mudar, vou apenas te ver partir e me permitir ao luto. Talvez eu nem esteja inspirado agora, mas precisava registrar esse momento. Até parece que ele não ficará registrado na minha memória (para sempre), mas eu sempre gostei de coisas assim concretas e é por isso que estou aqui. Mesmo que um lixo, pelo menos concreto. Talvez este até seja o meu retrato e esse texto se tornará auto-biográfico, mas a minha intenção não é essa, é simplesmente te ver partir.

Clareia minha vida, amor, no olhar.

Friday, April 23, 2010

"Hoje eu tenho apenas
Uma pedra no meu peito
Exijo respeito
Não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira"

Chico

Sunday, April 04, 2010

Verde

Oi, força do Universo. Provavelmente a senhora não exista, mas me disseram que a gente pode pedir. Eu posso até me ajoelhar, se isso der mais embasamento ao meu pedido. É que o tal do destino (também ouvi dizer que é amigo seu) tem sido meio ríspido com esse pobre mortal aqui. Acredita que o danado apresentou-me aos mais belos olhos verdes que existem e teve a frieza de colocar-me distante deles? Não se importou em amarrar meu coração com a corda da saudade e apertar bastante. Resolvi vir até aqui para que a senhora resolva a crueldade feita pelo destino. Diz pra ele que eu exijo todos os dias olhar pro lado e ver os olhos verdes me fitando, assim como também gostaria de segurar a mão macia da dona deles sempre que quiser. Por falar nela, gostaria que a senhora mandasse um recado meu, se não for pedir muito: Diz pra ela não se importar com a distância e com o tempo, porque eles sensibilizar-se-ão com o meu coração apertado e nos colocarão bem juntinhos pra sempre em um dia mais próximo do que a gente pensa. Também diz que sempre que essa moça ficar triste, eu a deixo colocar o meu chapéu pra passar um tantinho a saudade.
Estou pedindo do fundo desse amarrado e dolorido coração, dona força do Universo, se a senhora tivesse visto os olhos verdes, entenderia o quão frio o destino foi. Ele fica aí se escondendo pelos cantos, às vezes aparece só pra botar em prática o que está no roteiro. E o meu roteiro é a mão macia e os olhos verdes.

Sunday, January 03, 2010

Sobre a Graça Dela

Que todas as outras me desculpem, mas essa moça é a mais cheia de graça. Menina morena e minúscula, de vida enche os olhos de quem vê e faz disparar o coração com um sorriso potente ao ponto de não precisar mostrar os dentes para contagiar. Anda deixando o perfume no ar, parecendo não se importar com as partículas que, involuntariamente, deixam de estar junto dela. Assim como eu.

De onde venho esse olhar não é comum. Esse do tipo mandão, ordenando meu coração disparar e minhas mãos suarem a cada vez que vejo. Meu peito está completamente, invariavelmente e incorrigivelmente apaixonado por esses olhos que mais parecem samba em forma de globo ocular. Faço promessas confusas substituindo a fé em Deus que não tenho. Fé eu tenho em um dia te abraçar ao ponto de te fazer fechar os olhos e ficar bochechuda.
Que todas as outras me desculpem, mas essa moça é a mais cheia de graça.