Saturday, June 23, 2007

Máquina dos Sonhos - Parte II

- Eu achei uma máquina, aqui no colégio. Suspeito que seja uma máquina de sonhos.
- O quê?! Haha, tu só pode estar brincando.
- É sério, Cosme! Eu preciso da tua ajuda pra testá-la!
- Aham, vamos entrar na sua. Como eu posso te ajudar?
- Tu dormes na minha casa hoje, eu ligo alguns fios que eu achei nela em ti, tu tentas o máximo possível lembrar do sonho que teve, a gente vê o resultado que der na máquina na outra manhã e verificamos se bate. Só isso!
- Como é que é?! Tu tá ficando maluco? Não vai ligar porcaria nenhuma em mim! Tô fora, Vitinho!
- Eu preciso de ti, Cosme! São só alguns procedimentos, tu vais estar dormindo, não vai sentir nada! Vai, me ajuda!
- Vais ter que me pagar muitos CD’s do Los Hermanos por essa, cara.
Depois da aula, eu e Rafael não esperamos meu pai chegar para nos buscar e fomos correndo á minha casa para preparar as coisas para a noite. Vale a pena lembrar que meu amigo hesitou bastante e até tentou fugir enquanto eu tomava banho. Tudo por causa dos tais fios. Mas ele tinha que me ajudar, afinal, eu não tinha mais ninguém em quem pudesse confiar naquele momento.
- Estas confortável, Cosme?
- Tu ainda perguntas, seu babaca?
- Ai, meu Deus, vai começar!
- Ah, cara, eu não vou conseguir dormir com esses fios todos na minha cabeça!
- Eu pensei nisso, toma aqui um diasepan e fica quieto.
- Mais essa! Mais essa!
A chatice de Rafael não durou mais cinco minutos.
Eram sete da manhã quando o acordei de uma maneira inusitada.
- Bom dia.
- Eu te mato, desgraçado!
- Ah, foram só dois copos d’água. E então, lembra o que sonhou?
- Aham, sonhei que tinha ido num show do Los Hermanos em Porto Alegre.
- Agora vamos ver o que a máquina captou.
- Só quero ver...
- Impressionante!
- É exatamente o que eu sonhei! Tudo aparecendo nessa telinha!
Almoçamos junto de meu pai sem nem sequer mencionar o assunto da máquina de sonhos. Ele perguntou por que estávamos tão calados, pois não costumávamos ser assim. Respondi que estávamos preocupados com os estudos e por isso, tínhamos que voltar para aprender fórmulas de física. Fomos para o meu quarto e, enquanto Rafael tentava montar um cubo mágico, eu analisava a tal máquina para tentar descobrir alguma maneira de conseguir projetar na tela, sonhos de outras pessoas que não precisariam necessariamente estar ligadas à máquina.
- Achei!
- Achou o que, Vitinho?
- A maneira de fazer essa máquina me mostrar os sonhos das pessoas!
- E como se faz essa loucura?
- Simples, apertando este botão aqui, este teclado aparece, tu digitas o nome da pessoa desejada e logo após, aparece o sonho dela na noite anterior.
- E quem vai ser a primeira pessoa a perder sua privacidade de sonhos?
- George W. Bush.

Sunday, June 17, 2007

Livros, músicas e sorrisos¹

Não foi de sol que eu fiz a minha vida. Não, também não foi de lua, ou de inteligência, otimismo e cores. Sonhos? Talvez, mas não é essa a resposta certa, ela é formada de livros, músicas e sorrisos¹.
Não há definição melhor que essa, pois basta lembrar de uma música, que você se lembra de alguma parte da sua vida. As partes que não têm uma música sequer que te faça lembrar delas, ou não fizeram parte da tua vida, ou foram marcadas por livros ou sorrisos.

Filmes? Eles entram nas músicas e nos sorrisos, pois você lembra de um filme, também por uma canção, ou por um belo sorriso que deste vendo um hilário filme de comédia. Pegamos o exemplo de “Singing In The Rain”. Qual a primeira coisa que tu lembras quando falam do filme pra ti? Obviamente do cara aquele dançando e cantando aquela música e, logo a seguir, a música vem na tua cabeça.

Pessoas? Elas são mais uma subdivisão das grandes divisões vitais: As pessoas amigas e de sua família, entram nos sorrisos; os grandes artistas, entram nas músicas e os escritores e personagens, seja de filmes ou de romances, entram nos livros.

A vida que você fez é necessariamente feita por esses três fatores, não há como duvidar.

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¹: “Livros, Músicas e Sorrisos” é uma música da Debulle.