Tuesday, December 25, 2012

Morte


A morte é a pior coisa que existe. E digo a morte como a do tarô, com vários significados, todos eles arrasadores. As pessoas que dizem considerar a morte algo bonito, ou não estão com ela as rondando ou estão tentando amaciá-la. A morte é feia e malcheirosa. A morte dá vontade de morrer e só ressuscitar quando o mundo for bonito novamente.
Mas a morte também é como um parente chato que inventou estar com saudades apenas para passar uma semana na sua casa de praia. Você não pode negá-la. Não pode ignorá-la. Não pode expulsá-la por ela ser inconveniente. Tem de aguentar o seu cheiro podre. Tem que aguentá-la palitando os dentes após o almoço.
A partir do momento em que você se propôs a ter uma casa na praia, automaticamente se propôs a receber o parente indesejável.
Aí você se prepara psicologicamente para recebê-lo. Tenta relaxar, vou ter que passar por isso mais dia menos dia, que seja agora. Mas lá no fundo (e não tão fundo assim) ainda há a esperança de que ele não venha. O carro pode quebrar no caminho. Mudou de ideia. Tenta amenizar o sofrimento com toda essa preparação, mas na hora que ele chega é tudo inútil.
Você desaba. 

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