A morte é a pior coisa que existe. E digo a morte como a do
tarô, com vários significados, todos eles arrasadores. As pessoas que dizem
considerar a morte algo bonito, ou não estão com ela as rondando ou estão
tentando amaciá-la. A morte é feia e malcheirosa. A morte dá vontade de morrer
e só ressuscitar quando o mundo for bonito novamente.
Mas a morte também é como um parente chato que inventou
estar com saudades apenas para passar uma semana na sua casa de praia. Você não
pode negá-la. Não pode ignorá-la. Não pode expulsá-la por ela ser inconveniente.
Tem de aguentar o seu cheiro podre. Tem que aguentá-la palitando os dentes após
o almoço.
A partir do momento em que você se propôs a ter uma casa na
praia, automaticamente se propôs a receber o parente indesejável.
Aí você se prepara psicologicamente para recebê-lo. Tenta
relaxar, vou ter que passar por isso mais dia menos dia, que seja agora. Mas lá
no fundo (e não tão fundo assim) ainda há a esperança de que ele não venha. O
carro pode quebrar no caminho. Mudou de ideia. Tenta amenizar o sofrimento com
toda essa preparação, mas na hora que ele chega é tudo inútil.
Você desaba.
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