Friday, April 06, 2007

Os imprevistos da vida, caso a parte II

No tempo em que ficou quieto Romeu viu passar um filme em sua cabeça sobre Isabel, Miguel e sua infância até os dias de hoje.

- Eu te amo. – disse ele fechando os olhos.

- Eu também.

- Eu tenho que desligar, meu amor.

- Tudo bem, Romeu. Até amanhã.

- Um beijo, eu te amo demais mesmo, Isabel.

- Outro, meu guri.

Romeu não dormiu aquele dia, ficou pensando em como teria terminado a conversa se tivesse falado com sua amada sobre o telefonema.

Isabel percebeu que alguma coisa havia acontecido com o piá e pede a Deus que esse mês passe o mais rápido possível, pois teme pelo amor dos dois.

O céu agora está roxo em Satolep. Romeu já está há uma semana como colunista do jornal local, mas só tem feito colunas delirantes sobre crises existenciais e coisas mirabolantes indecifráveis às mentes meramente humanas. Mesmo sem receber um “te amo” de resposta, apenas um “também”, sentia-se coberto pelo amor de Isabel que o aquecia naquele frio incalculável da cidade. Nunca falou, mas sempre esperou que Isabel falasse “te amo” para ele a qualquer momento, não somente como resposta.

Estava a moça sentada esperando um ônibus em Porto Alegre quando chegou a notícia que ela conquistara o coração de um rapaz muy guapo. Pensou em ir até ele, mas lhe passou na cabeça a imagem do abraço de Romeu, que a fazia ficar ali, parada, sem mexer nem um músculo. Apenas sentindo aquele abraço que fazia seu mundo girar mais devagar que o próprio inverno. Não foi até o guri, mas não escondeu a vontade. Agora pensa se conta ao amado o acontecido. Pensa se ele compreenderia, mas achou melhor esconder a verdade. Agora os dois têm mais uma coisa que os liga: A mentira.

O casal conversa todos os dias, mas fica claro que algo está errado. Claro! Um está mentindo para o outro!

- Amor! Falta uma semaninha para eu voltar pra casa!

- Eu sei, pequena, estou contando os dias para a tua volta, não vejo a hora de te dar um abraço daqueles de dar inveja a qualquer casal apaixonado que passe ao nosso lado.

- Tu és tão querido comigo, Romeu.

- Eu te amo, querida. É normal!

- Eu te amo também, meu guri! – disse Isabel com uma mistura de riso com choro e alegria com tristeza.

3 comments:

  1. Ficou interessante esse teu agua com açucar hehe.

    Abraços meus escritor

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  2. Anonymous5:25 PM

    Ta valendo, continuas delirando.

    Mas acho que tu pode, né?

    ^^

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  3. Gostei bastante.
    Foi mal apreciado pelos leitores, no meu ponto de vista :p
    Muito bom.

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