Wednesday, October 17, 2007

E eu?

Faz tempo que eu não tenho nada que me deixe feliz de verdade. Sabe... cantar de felicidade. Isso deveria ser um direito natural de todo o ser humano. Até mesmo pra mim, um completo idiota, magro, feio, baixinho e estranho. Isso mesmo, sou tudo isso! Mas e daí? Só porque sou essas coisas que acabei de citar, não tenho direito de cantar de felicidade? Se fosse assim, muitas pessoas que conheço não teriam esse direito. Mas elas têm. E eu não. É que elas têm motivos para estarem felizes, ao contrário de mim, que sou um completo fracassado.
Eu me olho no espelho e tento fazer uma rápida biografia de mim mesmo. Leon Sanguiné, 15 anos, estudando e... e o que mesmo? Nada. É isso que eu sou – um nada. Com a minha idade, Vitor Ramil já tinha feito “Estrela, Estrela” há três anos. Aos 17, a Clarice publicou “Perto do Coração Selvagem”. E eu? E o Leon, o que ele fez de produtivo nesses 15 anos de vida? Pois é, mais uma vez chego àquela resposta simples e clara: Nada. Não fiz nada de marcante. Nem pra mim, nem pra ninguém. Um simples gesto. Nem isso eu fiz.
Eu estou prestes a aparecer no jornal mais lido da cidade. E daí? Nem metade dos meus amigos vai ler. Muito menos pessoas que não conheço. Fiz a entrevista com todo amor, carinho e afeto, mas sei que, no final do dia, aquilo vai pro lixo. Quem é que vai querer ler uma matéria de um tal de Leon, que é feio e nem cara de inteligente tem? Ninguém. Ta, ninguém é uma palavra muito forte. Algumas pessoas. Mas essas “algumas” limitam-se a umas cinco. Poderia até citá-las aqui, mas não vou fazer isso.
Minha existência é tão insignificante, que creio não fazer diferença alguma na vida de ninguém. Nem para o bem dessas pessoas, nem para o mal. É tão insignificante, que às vezes não sem nem onde jogar meu corpo. Essa é a minha definição – um corpo que só faz volume aqui no mundo.
Já passou da hora de eu fazer alguma coisa que preste, alguma coisa marcante na minha vida. Alguma coisa que mais do que cinco pessoas leiam. Alguma coisa de impacto. Podia ser do tipo ser uma pessoa melhor pra conversar, já que, segundo a minha mãe, eu não sei conversar e tranco as conversas. Feio, chato, idiota, baixinho e estranho vou continuar sendo. Mas, pelo menos, vou ter algum motivo para cantar de felicidade.

11 comments:

  1. Anonymous2:58 PM

    Não pense isso, para mim você é brilhante!
    Cuide-se.

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  2. um Nada?
    volume és, afinal, este corpinho magricelo ocupa espaço e come empadas do café aquário. se não tu, então quem pra comer empadas do aquário? se não tu, quem pra me mandar musicas do Teatro Mágico? se não tu, quem pra falar sobre Hermanos? se não tu, quem pra tirar foto com a galerinha do colégio? se não tu, quem pra ser mais a reclamar do conforto limitado de um all star? se não tu, então quem?
    falo contigo a pouco tempo, leonzinho. mas acredito que de pouco físico tens de grande intelécto. não te baseia no que pensas de ti, muito menos no que os outros pensam. não te baseia - e por si e só...

    er...

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  3. Anonymous4:48 PM

    Ai, num morre não. Tu é muito totosow!

    Vishï Faleiuz, bgos gacto!

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  4. Anonymous9:25 AM

    vai ouvir fresno e chorar então! bah né

    ô carinhaaa, olha os exemplos que tu desse! somente 1 em 1.000.000.000 nasce com tanto talento.
    não te preocupa... 15 anos não é quase nada!

    e tu fazes DIFERENÇA na vida dessas cinco pessoas, o que eu já considero bastante :)
    PS.: me inclua nelas se ainda não tiver incluído ¬¬.

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  5. Anonymous9:26 AM

    e outra: eu não me deixo enganar pelo que disseste.

    por tu ser tu mesmo, é difícil ver de fora o guri valioso que és.
    um tipo muito raro hoje em dia, sério...

    pena que não podias deixar de ser tu mesmo por 1 dia pra ver isso ;)

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  6. Não sei como começar, afinal nem te conheço, mas por um acaso te achei num blog e puf...somos da mesma cidade!
    Bá, o simples fato de estar vivo já é um motivo pra se estar feliz.E sei lá, eu ja me questionei ao me olhar no espelho, mas passei a acreditar que cada um tem algo especial.
    Bom, é bem provável que eu leia a tua matéria, aqui em casa sempre tem jornal ^^ . Ah, e gostei dos posts anteriores, você escreve muito bem.Até mais!

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  7. A macabéia dizia q mais fazia sombra do que existia, mas ela é o símbolo da natureza humana, em toda sua plenitude. Quanto à fazer algo de produtivo, não há nada mais produtivo do que fazer palavras, meu filho...e isso tu faz genialmente, principalmente em apenas 15 anos de vida. Todo mundo conhece as palavras, mas poucos sabem manipulá-las no sentido humano da palavra. Bjo

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  8. eu li.
    tu te pareces com alguém que eu conheço...
    no fundo todas as pessoas desse mundão são iguais.
    Leon pra mim é muito, muito legal. Muito amigão.

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  9. Anonymous6:58 PM

    po..queria ler a sua reportagem. posta o link ai.
    Deve ser interessante ouvir alguém que não é nada dizer alguma coisa.
    Se achar um nada já motivo suficiente pra ler o que você faz. hehhe

    abraço.

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  10. Olá Leon,

    Descorbi teu blog através da Silvinha, e venho lendo ele, antes mesmo do DP. E, acredite, mesmo que aches que ainda não sabes qm és, ou que serás, ou mesmo que fiques pensando em "não produção de nada que valha a pena". Acho, que para um adolescente destes tempos modernos, tens um feito nobre- ler e escrever, e hoje isso é mais do que um dom, é um Feito. Clarisse é de outros tempos, onde a literatura era comum a todos, hoje, são poucos os remanescentes que se aventuram. Aposto que muitos adolescentes só se preocuparão em escrever quando tiverem que fazer vestibular, assim como ler Clarisse Lispector.
    Bjos
    PS: Tu assiste OC?

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  11. Anonymous9:21 AM

    Restou um pouco de curiosidade sobre o Leon que não é nada... deve ser engraçado ler este post agora e se perguntar o que mudou no feio, baixinho e esquisito.
    Em 2007 nem lembro se te conhecia e em 2012 tenho certeza que não.

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