Tuesday, April 08, 2008

Tinta branca colorida

E não ia ser assim mesmo? Caindo pelos cantos, caindo em prantos. Catando cantos. É cansativo, eu sei. Mas não estaria tudo fora do seu tempo? Tudo rápido. Tudo ríspido. E mais uma vez tu te recusas a me salvar. E mais uma vez eu fico esperando. Caindo pelos cantos. Só a prosa poética me faz companhia e faz tempo que não me responde. Onde? Para onde fugir? Têm vezes que as conseqüências sucumbem os frutos. É chato ser sarcástico com quem não se gosta. Bom mesmo é ser o que quiser. Bom mesmo é ser vivo. As cores foram junto com as balas de goma e nem avisaram quando voltariam. Riam, senhores, riam. Rima é para poucos. Poucos riem, muitos vêem e mais uma vez tu te recusas a me salvar. Mas e teus olhos? Por que continuam meus? Eu. Alguém pediria para ser eu? Eu padeço. Eu pareço. Eu mereço. Às vezes nem me conheço, mas sempre me reconheço. Tenho memória forte. Sei do abandono. Sei do sono e do consolo, mesmo que do último saiba pouco. Mas teus olhos ainda olham tímidos para mim. Tímidos maquiados. Mas não ficam melhores limpos? Ficam mais puros, o olhar fica ainda mais bonito e mais sincero. Mortal mero que sou, tenho opinião fraca. Tenho em mãos a faca e o medo de ferir. Medo de fazer rir. Medo de rir. Medo de ir.

3 comments:

  1. "Têm vezes que as conseqüências sucumbem os frutos." Cara, tua vida tá sucumbindo!

    lindo texto Leon, gostei bastante. com rima legal, bem poesia em prosa. bem ao estilo Quintana =]

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  2. tinta branca colorida!
    bom texto, ainda que eu não goste muito de rima.
    e ótimo título :)

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