Nos anos 90 a grande indústria fonográfica concentrou suas forças em bandas de pagode, sendo bons exemplos o Art Popular e o Só pra Contrariar, e duplas como Leandro e Leonardo. Algo como acontece hoje em dia com o sertanejo universitário e a música gospel, linha de frente da Som Livre, principal gravadora ligada aos grandes meios de comunicação televisivos e radiofônicos. Era preciso então caminhar com os próprios pés, talvez de forma literal, para almejar o próprio espaço. Essa filosofia sempre permeou o hardcore, estilo musical marcado pela contracultura, por bater quando se espera o carinho. Em 1998 surgiu em Pelotas uma das bandas com maior sucesso na tradução destes conceitos. A Freak Brotherz colocava o hardcore em evidência na cidade.
Solano Ferreira, baixista, conta como o grupo conseguiu tamanha façanha. “Já no início tivemos uma boa exposição ao ganhar o Skol Rock, concorrendo com mais de 4,5 mil bandas. Isso deu um gás. Depois gravamos um disco em 2007 com quase todas as músicas participando de festivais. De 13, nove participaram e foram premiadas.” Tudo isso conquistado com os próprios gritos, incluindo as excursões, as Freaktour, que a banda organizava quando havia um show marcado fora de Pelotas. “Quando falava em Freaktour a galera já ficava maluca”, lembra.
Veja, eles ainda acreditam
Quatorze anos depois do surgimento da Freak e da colocação do hardcore em outro patamar de reconhecimento na cidade, outra banda apareceu por aqui seguindo os mesmos ideais. A Suburban Stereotype, liderada por Diego Gularte, foi formada em 2012 de forma natural, compondo em seus primeiros ensaios, mais tarde reunidos em Carnaval, primeiro EP do grupo. “No início já tinha música própria e surgiu a vontade de criar um trampo. Era pra ser um CD, mas, o Solano sabe, é difícil a correria de conciliar o tempo de todo mundo pra gravar”, diz Diego.
Quatorze anos depois do surgimento da Freak e da colocação do hardcore em outro patamar de reconhecimento na cidade, outra banda apareceu por aqui seguindo os mesmos ideais. A Suburban Stereotype, liderada por Diego Gularte, foi formada em 2012 de forma natural, compondo em seus primeiros ensaios, mais tarde reunidos em Carnaval, primeiro EP do grupo. “No início já tinha música própria e surgiu a vontade de criar um trampo. Era pra ser um CD, mas, o Solano sabe, é difícil a correria de conciliar o tempo de todo mundo pra gravar”, diz Diego.
Após o lançamento digital, Carnaval agora está disponível em versão física, vendido a R$ 15,00 por encomendas e R$ 10,00 nos shows, como forma de agradecimento àqueles que fortalecem o trabalho sem a barreira da internet. Além disso, o EP também ganhará tour, nos moldes daquelas feitas há anos pela Freak Brotherz. Será pelos três estados da região sul, com sete datas confirmadas e uma pendente, a serem vencidas em uma semana e meia.
Não foram assim tão fáceis
Solano Ferreira rechaça a ideia de que a união da cena hardocre é algo recente. “Sempre foi junta. A grande verdade é que tá crescendo”, afirma. Para ele, a diferença está, primeiro, nas oportunidades. Há dez anos as chances para as bandas underground tocarem se restringiam a bares quase falidos que, já pouco preocupados com o prejuízo, apostavam as últimas fichas na realização de diversos festivais. “Como eram sempre as mesmas bandas, sempre o mesmo público, a coisa acabava morrendo. Mas a gente sempre procurou o nosso espaço”, diz o baixista da Freak Brotherz, lembrando mais uma vez das freaktour. Solano também lembra a questão dos equipamentos das casas de shows. “Hoje tem vários lugares que já tem ou outros que dá pra tocar com o da própria banda. Isso facilita.”
Solano Ferreira rechaça a ideia de que a união da cena hardocre é algo recente. “Sempre foi junta. A grande verdade é que tá crescendo”, afirma. Para ele, a diferença está, primeiro, nas oportunidades. Há dez anos as chances para as bandas underground tocarem se restringiam a bares quase falidos que, já pouco preocupados com o prejuízo, apostavam as últimas fichas na realização de diversos festivais. “Como eram sempre as mesmas bandas, sempre o mesmo público, a coisa acabava morrendo. Mas a gente sempre procurou o nosso espaço”, diz o baixista da Freak Brotherz, lembrando mais uma vez das freaktour. Solano também lembra a questão dos equipamentos das casas de shows. “Hoje tem vários lugares que já tem ou outros que dá pra tocar com o da própria banda. Isso facilita.”
Unir, lutar, ganhar poder
Como acontece em diversas áreas da arte em Pelotas, a cena hardcore precisou se unir para sobreviver. É assim que Diego Gularte explica o surgimento do coletivo Hardcore Pride, em 2011. “Nós achamos que a coisa tinha ficado morna. Juntamos vários amigos e criamos o primeiro festival. Lotou. Assim como o segundo, o terceiro.” Era chegado, então, o momento de dar o grande passo. Dar uma resposta pesada àqueles que reclamam da falta de bandas reconhecidas nacionalmente tocando em Pelotas.
Como acontece em diversas áreas da arte em Pelotas, a cena hardcore precisou se unir para sobreviver. É assim que Diego Gularte explica o surgimento do coletivo Hardcore Pride, em 2011. “Nós achamos que a coisa tinha ficado morna. Juntamos vários amigos e criamos o primeiro festival. Lotou. Assim como o segundo, o terceiro.” Era chegado, então, o momento de dar o grande passo. Dar uma resposta pesada àqueles que reclamam da falta de bandas reconhecidas nacionalmente tocando em Pelotas.
Ao invés de engrossar o coro, os membros do Hardcore Pride resolveram trazer por eles mesmos. E começaram com o pé na porta, trazendo logo o maior expoente do estilo no país. Em setembro de 2012 o Dead Fish subiu no palco do Galpão, com abertura não menos potente da Freak Brotherz. “Noite apoteótica”, lembra Diego, que meses depois viveria a emoção de abrir para o DF, com a Suburban Stereotype, em novo show dos capixabas na cidade. “É meio difícil de descrever. Inclusive trocamos ideia com os caras depois. Demos moletom da banda. Os guris deram o moletom que tavam vestindo pra eles!”, lembra, emocionado.
Após dois anos de suma importância como catalisador para as bandas do gênero em Pelotas, a Hardcore Pride tenta agora fomentar outro braço da produção. Virou gravadora. O primeiro projeto, o EP Carnaval, da Suburban, já é sucesso. Para o ano que vem, o objetivo é finalizar o segundo disco da Freak Brotherz.
*Matéria escrita para o Diário Popular
*Matéria escrita para o Diário Popular
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