Friday, November 16, 2007

Idas e Vindas

Depois de muito tempo, se reencontram. E se beijam.
- A gente não presta mesmo, não é, Gabriela?
- Por que, Rodrigo? – ela responde, com um ar de quem sabe a resposta que vai ouvir.
- A gente diz que se odeia, mas é só se ver pra cair um nos braços do outro.
- É. Tu me deixaste sentindo tanto frio naquele inverno...
- Nem imaginas o frio que eu senti. Sem o teu abraço quente!
- Não era a mesma coisa. Eu sofri.
- Eu te amo desde aquela época. Desde antes, até.
- E aquela lá, que tu andavas até a pouco tempo?
- Sinto um friozinho na barriga por ela, admito. Mas por ti, eu me congelo. Congelo de amor.
- Será que dá certo?
- Não sofras por problemas antecipadamente, querida.
- Mas não deu certo aquela vez.
- Os tempos são outros. Certamente nossos nomes estão escritos naquela estrela lá no alto. Não é por acaso que eu to aqui e tu também.
- Tu falas tão bem.
- Por ti...
- O que ficou pra mim, desde então? Tristeza e só?
- Ficou o meu amor.
- E vamos viver a vida inteira com voltas e despedidas? Não vou suportar.
- É nosso destino. Não posso te prometer ficar aqui pra sempre. O pra sempre é hipócrita e não gosto de hipocrisia. Mas posso te dar todo meu amor agora.
- To com frio.
- Te aqueço com meu amor.
- Posso dizer que te amo?
- Deixa o verão pra mais tarde.

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